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LIBERDADE É ISSO MESMO?

Quem nunca idealizou fazer o que bem entender? Independentemente do que você acha que te prende ou oprime, sentir-se livre é a meta de quase todo mundo! Mas como o amor, (sugiro que leia mais sobre o tema aqui!) o conceito de liberdade é muito subjetivo e no fim das contas entendemos muito pouco de nós mesmos, quem dirá de sentimentos mais complexos.

Não se trata aqui de questionar a liberdade em seu conceito mais fundamental — essa é inegociável e indiscutível. Mas ter um olhar voltado para como as pessoas entendem suas liberdades individuais e aplicam isso em seus relacionamentos (sejam eles afetivos, profissionais, sexuais, etc.).


O discurso da liberdade e o isolamento disfarçado de autocuidado

Nos dias atuais é muito incentivado um discurso de autocuidado individualizante, muitas vezes distorcido como “autocuidado de empoderamento” mas que acaba isolando as pessoas dessas relações sociais em que ela faz parte e que é natural que em algum momento haja um certo tipo de conflito. Como tudo é muito imediatista e vivemos no modo velocidade 2X. esperamos que tudo saia do nosso jeito, sob o nosso controle e expectativas, o que sai fora disso é descartável, consequentemente, as pessoas e sentimentos entram no mesmo pacote.

Qualquer tentativa de aprofundamento (que dá um trabalho imenso!) é considerado uma afronta a sua liberdade individual. Portanto dispensável.

Cuidado não é controle  e liberdade não é ausência de vínculos.

É claro que tem que ter muito cuidado com essas afirmações, porque sim, existem pessoas manipuladoras e controladoras que fazem da vida do outro um inferno e como dito acima: isso é inadmissível. Mas é importante também saber diferenciar o que é cuidado legitimo nas relações.

Até para que essa liberdade seja vivida de verdade! Em um relacionamento onde há respeito pelo indivíduo, onde há comunicação, troca, cumplicidade, etc.... dificilmente essas linhas são ultrapassadas justamente porque há empatia e respeito mútuo. Pode ter falhas com o tempo, sem dúvida! Mas é com o diálogo e a vontade de construir algo juntos que as coisas voltam aos eixos.

Pessoa olhando pela janela refletindo sobre liberdade

Ser livre não é ser independente — é ser interdependente!

Por mais que se propague a ideia da independência absoluta, ela não existe na prática. E, longe de ser um problema, isso é, na verdade, algo positivo. Somos seres coletivos por natureza. Pertencer, conviver e compartilhar são condições que nos fortalecem, protegem e ajudam a nos desenvolver como indivíduos.

 

A verdadeira liberdade se manifesta quando, de forma consciente, escolhemos com quem queremos construir nossos vínculos. E esses vínculos não nos aprisionam — pelo contrário, nos acolhem e nos tornam mais livres, porque são escolhas baseadas no afeto, na confiança e na reciprocidade.

Conexão não é vínculo

Aqui está um ponto-chave. É essencial saber diferenciar conexão de vínculo.

 

Conexão: é rápida, imediata, muitas vezes superficial. Vive das interações instantâneas: curtidas, comentários, memes, stories e conversas vazias que se dissipam tão rápido quanto surgem. É uma ilusão de intimidade, que, no fim, gera frustração.


Vínculo: por sua vez, é construção. Leva tempo, exige presença, vulnerabilidade, entrega e disponibilidade. É estar disposto a acolher e ser acolhido, a rir e a chorar junto, a compreender e a ser compreendido. Vínculo é cuidado genuíno.


Quando foi a última vez que você se sentiu realmente assim:
Visto, acolhido, compreendido?

Quem despertou isso em você?


 

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Relacionar-se é se arriscar — e isso também é liberdade

E para se ter isso, precisa ter interdependência, não tem como ser diferente!
É claro que ninguém quer se ferir nem se sentir controlado seja pelo motivo que for.
Mas relacionamento é um pouco disso: É mergulhar no escuro e dar um voto de fé!

É estar exposto! Confiar, hoje, tornou-se um desafio exatamente pelos fatores já discutidos. Mas a vida também é se arriscar porque só vê a paisagem quem encara subir a montanha.
E o que vai nos proteger são as nossas escolhas no decorrer da vida a maturidade que desenvolvemos inclusive aprendendo com os tombos.

Relacionamento é confiança!


E como você é muito mais livre quando escolhe exatamente com quem você quer se “prender”.

Amar é liberdade

Amar e ser livre não são conceitos opostos — são complementares.

Ambos exigem tempo, entrega, comprometimento, intimidade, cumplicidade e, às vezes, até um pouco de renúncia. Mas, quando encontramos pessoas dispostas a viver isso conosco, descobrimos que essa é uma das experiências mais potentes e libertadoras da vida.

 

“No fim, a verdadeira liberdade talvez seja isso:

Escolher, todos os dias, onde e com quem vale a pena construir, cuidar, amar e, assim, ser livre de verdade.”

 

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Sobre o autor:

Otto Fluminhan
Curioso pela vida, gosta de ver amor até nos pequenos gestos. Tem muito mais dúvidas do que certezas e acha isso uma característica interessante. Se define como emocionado e tem orgulho disso, mas falha solenemente em se descrever para um pequeno texto como esse.
Talvez um dia melhore essa descrição!  Talvez não.... 


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